segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Nascimento da Química



Sem dúvida o primeiro sinal do nascimento da química se deu com o domínio do fogo, com essa nova tecnologia o homem podia se aquecer e preparar carnes de animais mais higiênica e de mais fácil digestão. Com essa façanha surgia também uma significativa intrigação sobre as “forças” que regiam a natureza. Por, talvez, não terem respostas reconfortantes, os fenômenos naturais eram explicados por mistificações, magias e crenças, esse espírito de superstições acompanhou a ciência por um longo período. 


A química acompanhou o homem durante toda a sua existência. Por volta de 5000a.C. os homens fabricaram os primeiros objetos de ouro e prata, materiais que na natureza já se encontram na forma metálica. Por volta de 3000a.C. na Mesopotâmia (hoje, Iraque), obteve-se o bronze (liga metálica de cobre e estanho), com esse material se fabrica armas e utensílios domésticos mais leves e resistentes. O ferro foi obtido provavelmente pelos assírios, por volta de 1500a.C., e com ele novas armas e utensílios foram produzidos. Criavam-se assim as técnicas metalúrgicas. Por volta de 1400a.C., os egípcios já haviam atingido um alto grau de desenvolvimento, não só na Química metalúrgica, mas também no que poderíamos chamar de Química doméstica. Trabalhavam com o ferro, o ouro, a prata e outros metais; fabricavam o vidro; produziam o papiro para a escrita; sabiam curtir o couro e extrair corantes, medicamentos e perfumes das plantas; fabricavam bebidas fermentadas semelhantes à cerveja, etc. Não podemos esquecer que, na conservação de suas múmias, os egípcios atingiram níveis de perfeição que são admirados até hoje. Muitos desses conhecimentos egípcios passaram para outros povos do Oriente Médio (fenícios, hebreus, etc.) e,

posteriormente, para os gregos e os romanos. É  interessante também salientar que, na mesma época e muito longe dessas civilizações — na China —, também eram desenvolvidas técnicas apuradas, como as de produção do vidro e da porcelana. É importante observar que, apesar de por volta de 400a.C. já se conhecerem muitos produtos químicos (óxidos de ferro, de cobre e de zinco, sulfatos de ferro e de cobre, etc.) e muitas técnicas de transformação química (fusão, dissolução, filtração, etc., por aquecimento com fogo direto, em banho-maria, etc.), não existiam explicações para esses fenômenos. 


Foram os filósofos gregos da Antiguidade os primeiros que se preocuparam com a explicação dos 10 fenômenos. Os povos antigos se preocupavam mais com as práticas de produção das coisas do que com a teoria ou com explicação dos porquês de as coisas acontecerem. Foram os filósofos gregos da Antiguidade os primeiros que se preocuparam com a explicação dos fenômenos da natureza. Assim, por exemplo, Leucipo de Mileto (nascimento: cerca de 500 a.C.) e seu discípulo Demócrito de Abdera (460-370 a.C.) afirmavam que todas as coisas deste mundo (um grão de areia, uma gota de água, etc.) poderiam ser divididas em partículas cada vez menores, até se chegar a uma partícula mínima que não poderia mais ser dividida e que seria denominada átomo (do grego: a, "não", e tomos, "partes"); essa ideia, que não se firmou na época e só veio a renascer na Química, muitos séculos depois. Isso ocorreu em grande parte devido a influencia do grande filósofo grego da Antiguidade Aristóteles (384-322a.C.), que acreditava, ao contrário de Demócrito, que a matéria poderia ser dividida infinitamente e que tudo o que existia no Universo era formado pela reunião, em quantidades variáveis, de quatro elementos: terra, água, fogo e ar. Considerando que, durante séculos, eram trabalhos completamente distintos e separados: o dos artesãos, que faziam as coisas, e o dos pensadores, que tentavam explicar os fenômenos, é fácil concluir por que a Ciência, e em particular a Química, levou tanto tempo para progredir. As idéias de Aristóteles permaneceram praticamente inalteradas, orientando a Ciência, por quase 2000 anos.

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